19 de fev. de 2009

Pai

Essa letra vai pra quem sempre me deu a mão, e sempre que a tristeza alcançar terá a minha por perto. Com carinho e afeto.

Bola de Meia, Bola de Gude
Milton Nascimento

Há um menino
Há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança
Ele vem pra me dar a mão

Há um passado no meu presente
Um sol bem quente lá no meu quintal
Toda vez que a bruxa me assombra
O menino me dá a mão

E me fala de coisas bonitas
Que eu acredito
Que não deixarão de existir
Amizade, palavra, respeito
Caráter, bondade alegria e amor
Pois não posso
Não devo
Não quero
Viver como toda essa gente
Insiste em viver
E não posso aceitar sossegado
Qualquer sacanagem ser coisa normal

Bola de meia, bola de gude
O solidário não quer solidão
Toda vez que a tristeza me alcança
O menino me dá a mão
Há um menino
Há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto fraqueja
Ele vem pra me dar a mão

2 comentários:

nadinha borges disse...

Dizem que mãe é mãe. Mas pai também é pai. Édipo? Que seja! Pai do Fábio Jr. também é ótima. Não tem pai que não se emocione.

Ana Mello escritora disse...

O Pai Luiz Coronel

Nossa mão pequena
em sua mão,
semente no fruto
ou fruta em seu cacho.

Nossos brinquedos
cabiam em seus sapatos.

O pai não teme a treva
nem os barulhos do pátio.

O pai é o pai.
Pão e o vinho
na cabeceira da mesa.

Um dia nos descobrimos
surfando as ondas,
sobrevoando as montanhas,
cruzando as estradas.

Mas todas as setas
apontam o regresso
à casa paterna.

Quando o pai sorri,
o sol se impõe
sobre a neblina.

Ao abraçá-lo,
sentimos o peso do tempo
sobre suas costas.

O pai tem gestos brandos
e olhar incisivo.

Mas onde quer que estejamos,
o seu olhar nos guia.

E a sua mão
nos abençoa.