16 de dez. de 2009

Saudade do bloguinho

Fiquei um bom tempo sem escrever aqui, mas voltei pra abrir as janelas e tirar mofo. Peguei um parágrafo da coluna de hoje da Marha Medeiros para dizer que quando deixei o complexo de perseguição, que já fez parte da minha rotina por um bom tempo, pude ver o quão melhor pode ser a vida, o trabalho e as relações. De um cultivo do bem só virão bons frutos (aqui fala a jornalista especializada em agricultura). Foi com esse processo que as coisas sempre foram melhorando, aos poucos, passando por alguns buracos, murchando alguns pneus, mas nada que não pudesse ser consertado com a troca de algumas velas, uma limpeza de motor e sem arranhar a lataria, porque a lataria é importante e complicada de arrumar com perfeição. A capacidade de sorrir e manter o bom humor perante esses percalços também ajuda muito. Rir de si mesma é uma das melhores alternativas para espantar aquele pensamento pessimista que vem de dentro.

Parece propaganda de margarina, mas nada é perfeito e descobrir isso já traz uma visão nebulosa do que precisa melhorar. E sempre precisa, principalmente na vida de uma virginiana.

A crônica completa está muito boa mas esse parágrafo me serviu como um chapéu, apreciem:

"Se a gente quer que nossos netos herdem um mundo melhor, é preciso arregaçar as mangas agora e aqui, Copenhague fica muito longe. Então vamos lá: ninguém morre se caminhar três quadras em vez de usar o carro ou se procurar uma lixeira em vez de jogar a lata de refrigerante no meio da rua. E não é só consciência ambiental que precisamos exercitar, mas também uma consciência básica sobre a arte de conviver. Não é possível que as pessoas sigam sendo tão maldosas e ariscas, sempre alfinetando os outros, sempre interpretando erroneamente os bons atos e cultivando um complexo de perseguição que mina as relações. Ninguém mais acredita em ninguém, ninguém confia, todos vivem com a faca entre os dentes, temendo passar por otários. E é o que acabam sendo. Se tivessem uma visão um pouco mais pacifista, iriam facilitar muito as relações humanas. Esperar o melhor dos outros é uma atitude contagiante, mas, infelizmente, esperar o pior também é. E fica essa guerra de nervos no ar".
Martha Medeiros

:)